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Foto: Brigada Militar (Divulgação)
Está marcada para a tarde desta segunda-feira uma audiência sobre o caso do policial militar que foi atropelado por um motorista durante uma blitz da Operação Balada Segura em Santa Maria. A sessão está marcada para as 16h. A audiência, inicialmente, ocorreria no último dia 21, mas foi adiada devido a incompatibilidade na agenda do juiz.
Na sessão, serão ouvidas 16 testemunhas, sendo 11 de acusação e cinco de defesa, o PM Luis Henrique dos Santos Borba, 34 anos, e o réu, Dilamar Vieira Borges, 27 anos.
O advogado do réu, Wedner Lima, vai pedir a liberdade provisória do cliente, que está preso preventivamente desde o dia 25 de agosto, data do fato, na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm).
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- Entendemos que esta audiência vai servir para desmistificar algumas situações levantadas na denúncia e, principalmente, esclarecer a forma do acontecimento, demonstrando assim a clara ausência de intenção do réu em tirar a vida da vítima. É um fato isolado na vida do acusado, que esta preso há mais de quatro meses. Assim, vamos realizar um pedido de liberdade ao final da audiência - afirma o advogado Wedner Lima, que defende o réu.
A partir da audiência, poderá ser definido também se o acusado irá a júri popular, desejo da acusação.
- Creio plenamente na justiça, e, neste caso, não há sombra de dúvidas de que o acusado assumiu o risco ao estar alcoolizado e, mesmo assim, assumiu a direção de um veiculo. Além disso, ao ver a barreira policial, deliberadamente acelerou, atentando contra a vida deste policial. Por tanto, ele deve ir ao tribunal do júri - relata o advogado que representa o PM, Thiago Carrão.
O PM ficou cerca de um mês internado e passou por duas cirurgias. Ele sofreu uma fratura complexa no pé direito, na altura do tornozelo, que, possivelmente, deixará sequelas.
O CASO
Dilamar Vieira Borges, 26 anos, atropelou o policial militar depois de ter furado uma blitz da Operação Balada Segura, na Rua Tamanday, por volta das 22h30min do dia 25 de agosto de 2019. Durante a tentativa de fuga, o motorista também colidiu com outro carro. Segundo a polícia, o jovem, que dirigia um Corsa, não obedeceu quando um dos agentes da Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana (CTMU) pediu que ele parasse. Ao seguir com o veículo, ele atropelou um policial, que ficou preso sobre o capô do carro por cerca de 200 metros até que o Corsa parou depois de bater em outro carro. Com a colisão, o policial militar caiu embaixo do carro.
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Conforme a polícia, o jovem apresentava sinais de embriaguez, e no carro dele foram encontradas garrafas de bebidas. No veículo, havia também um caroneiro que não se feriu.
O motorista foi denunciado pelo Ministério Público por cinco crimes: tentativa de homicídio duplamente qualificada (por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e por ser contra policial, o que torna o crime hediondo), embriaguez ao volante, resistência à prisão e dois crimes de desobediência (por não ter parado na blitz e, depois, durante o atropelamento, porque não seguiu a ordem do PM).
Imagens de câmeras de segurança, cedidas ao Diário pela polícia, mostram um Corsa arrastando o policial sobre o capô. O vídeo mostra que o PM ficou preso entre os dois carros, e policiais e populares empurraram o Corsa para ajudar a vítima.
*Colaborou Janaína Wille